Data: 07-05-2021

Taciana Almeida fala dos trabalhos nos quatros meses à frente da Fundação da Criança e do Adolescente de Araxá.
“As demandas são diversificadas, as principais ações internas diárias são gestão de recursos humanos e financeiro, monitoramento e acompanhamento técnico das Unidades e um olhar diferenciado aos nossos acolhidos”, contou.

Taciana Almeida, presidente Fundação da Criança e do Adolescente de Araxá (FCAA) contou em entrevista exclusiva ao Jornal Correio de Araxá sobre os trabalhos à frente da Fundação nestes primeiros quatro meses de gestão. A entrevista foi transcrita abaixo no formato ping pong, confira:

Jornal Correio: Ações e principais mudanças na instituição?
Taciana: “A Fundação da Criança e do Adolescente faz a gestão das Unidades de Acolhimento Institucional ‘Casa Lar e Casa Abrigo’ e, fazia também, a gestão do
CERAD, que recentemente foi absorvido pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Nos primeiros quatro meses, procuramos levantar as principais demandas ligadas ao planejamento, gestão, receitas e despesas, bem como aliar esse trabalho a efetividade no atendimento às nossas crianças e adolescentes acolhidos”, disse.

Jornal Correio: O que mudou com a gestão do CERAD para o Estado?
Taciana: “Na verdade o Estado assumiu de fato a responsabilidade pelo atendimento do adolescente que cometeu algum ato infracional, regionalizando a internação de adolescentes. Isso traz benefícios para Araxá e, principalmente para a região, que vai contar com um serviço especializado de internação”, destacou.

Jornal Correio: O que é o Projeto Refazendo Sonhos, Modalidade Família Acolhedora, custeado pelo Fundo da Infância e Adolescência (FIA)?
Taciana: “É um projeto visto como a menina dos olhos de toda rede. Nele serão abertas 15 vagas de acolhimento familiar, ou seja, após avaliação das famílias interessadas que preencherem os quesitos do Projeto, serão habitadas 15 famílias para receberem crianças e/ou adolescente em modalidade de acolhimento familiar (Família Acolhedora). Na realidade o que muda é o modelo de acolhimento, pois manteremos as 40 vagas de acolhimento institucional e ofertaremos mais 15 vagas para acolhimento familiar. O Acolhimento Familiar traz muitos pontos positivos uma vez que aproxima mais da realidade familiar, possibilita um atendimento individualizado, maior convivência familiar saudável e comunitária. Oportunizando novas experiências a esse público e, em alguns casos, facilitando o preparo para adoção e, assim, as chances de sucesso são maiores”.

Jornal Correio: Demanda
Taciana: “Temos 40 vagas e estamos com 27 acolhidos, vale ressaltar que esse número oscila com frequência. Para o acolhimento familiar vamos ofertar mais 15
vagas. Precisar a frequência e quantidade de acolhidos é mais complexo para nós uma vez que a demanda é variável”.

Jornal Correio: Como está o enfrentamento à pandemia nas Casas de Acolhimento?
Taciana: “Estamos enfrentando a pandemia de frente, trabalhando preventivamente para que não haja surto de casos no acolhimento. Nossa equipe técnica vem trabalhando na conscientização dos funcionários e das crianças e adolescentes. No ano passado no início da pandemia, nossos acolhidos foram organizados e distribuídos entre padrinhos afetivos e funcionários da casa com vistas a diminuir o fluxo de pessoas na instituição, seguindo recomendações de instâncias municipais, estaduais e federais, com isso, o acolhimento familiar foi experimentado por todos”, contou.

Jornal Correio: É possível identificar sinais de que algo está errado com alguma criança?
Taciana: “Sempre, precisamos pensar no contexto e nas demandas trazidas. Tudo que foge ao comum nos desperta pontos de atenção. Alguns exemplos de sinais:
comportamento sexualizado de crianças, momentos de pânico, desmazelo com higiene, choro constante, sensibilidade ao toque, etc. Toda sociedade precisa estar
atenta aos sinais”, alertou.


Jornal Correio: Para finalizar como você define a Fundação e quais as principais ações internas diárias?
Taciana: “A Fundação da Criança e do Adolescente para mim foi um presente de Deus, pois estou nessa causa há muitos anos. Me sinto lisonjeada em fazer parte dessa equipe tão comprometida com a Infância e Juventude de Araxá. As demandas são diversificadas, mas lidamos sempre com o direito violado. As principais ações internas diárias são gestão de recursos humano e financeiro, monitoramento e acompanhamento técnico das Unidades e um olhar diferenciado aos nossos
acolhidos”, finalizou.